sexta feira 13


Depois de uma tarde glamorosa no chiado com a mãmã, preenchida com uns bolos cheínhos de morangos na Benard, um brownie com créme fraiche na esplanada do Bairro Alto Hotel, mesmo à turista, depois umas dezena de lojas e muito calor, fomos ver o Sex and the City. Do dia ganhei umas menos glamorosas sabrinas lilases da h&m , uma risada histérica e meia duzia (ou se calhar um pouco mais) de lágrimas a ver o filme.

Acho que só me senti assim no cinema quando fui ver o “Before Sunset”. É a emoção de ver o desfecho se algo que se acompanha, ou nos acompanhou, durante anos e anos. O primeiro, “Before Sunrise”, vi vezes sem conta em VHS desde que tinha 13 anos. Já sabia a todo o filme de cor inclusivamente as falas. Os episódios do “Sex and the City”, para além de ver na tv, vi todas as séries em dvd, episódio a seguir a epísodio, durante vários dias, sentadinha no chão no fim da minha cama, com pipocas e docinhos ao pé, no meu antigo quarto da Almirante Reis.

No filme a Carrie diz que os 20 anos são para “party, party” ou 30 para aprender lições e os 40 para pagar as bebidas (o que faz mais sentido contextualizado...). Eu acho que este ano, pela primeira vez no meu aniversário, me pus a pensar na minha idade. Até aos 25 não me parecia nada importante, mas estar um passo mais perto dos 30 parece-me nada bom. Eu não sou nada saudosista, nem com a infância nem com nada na verdade, mas 26 parece-me um peso enorme. Como se de repente fosse urgente tomar decisões importantes, tomar um rumo mais definitivo. Será que devia chegar aos 30 jà casada, emprego sério, com filhos, um cão e uma casa com uma cerca? Como se já não bastasse eu odiar numeros pares ainda por cima me aproximo da próxima década. Sem esquecer que uma amiga minha foi pedida em casamento! Será que os deuses conspiram?

Perguntei a uma das minhas melhores amigas, que está na casa dos 30, sobre essas “lições de vida”. Ela respondeu-me que está certa que o desfecho trágico da sua ultima relação foi um gato preto, que numa sexta feira treze, lhe passou à frente, parou e olhou para ela nos olhos, e só depois seguiu caminho.

Por tudo isto é que passei o meu dia 13 na praia, de pés descalços e pouco assentes do chão. O melhor será confiar numa avó que diz duas coisas que me parecem sábias: “o que tiver de ser teu às tuas mãos irá parar” e “ninguém morre de amor”. E a prova disso é que, com Big ou sem Big, cá estamos todas para as curvas. E quem sabe se lá pelos 30 não compro a cerca?

4 Responses so far.

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  2. Ui! Se já estás nesse stress todo aos 26, espera só até chegares aos 28!! Comg foi igual, até aos 25 tava na boa, keria la saber das decisões importantes...os 26 já não me caíram mt bem no goto. Passar a barreira para os 27 ainda me custou mais um bocadinho, mas quando dizia a minha idade em voz alta, a sonoridade dos 27 não me incomodava mt...mas kd chegou o fatídico dia dos 28 e me vi obrigado a pronunciar a minha idade à frente do espelho, a nefasta sonoridade daquelas palavras parecia...olha, parecia que me estavam a rogar uma praga, como um feitiço malvado, conjurado por uma bruxa de uma qualquer história de encantar que me contaram em criança, cujo som permanece para sempre, ecoando entre os mundos. Desde então tenho andado descontrolado, a comprar tudo e mais alguma coisa, num consumismo desenfreado, como que para me distrair e compensar...verdade! não posso ver a Pull & Bear ou a Springfield, não posso entrar numa perfumaria, que saio logo de lá com a conta mais pobre. Olha, a única coisa que me inspira ainda é a vigorosidade da Samantha do the sex and the City!
    Se ao menos tivesse o teu fetiche dos sapatos para me ajudar a sentir melhor...

  3. Anónimo says:

    ngoÉ só uma série, ou um filme que tenta lucrar com o culto gerado por uma série. Não me parece, pois, razoável que daí se tire o sentido para a vida, para a problemática das escolhas, dos tempos certos, das possibilidades ainda ao nosso alcance, dos ensejos entretanto perdidos.

  4. Anónimo says:

    Hummm...acho que me lembro desse dia...e dessa amiga...e desse gato...lolol! Mas depois cheguei à conclusão que a culpa não foi dele (do gato claro!)! Ah e chegar aos 30 não é assim tão mau ok?! Lolol! E quanto ao filme: excelente! E a companhia? Melhor ainda! :D