Não penso em saldos sem me lembrar de “saldos saldados”. É uma expressão fantástica da Marguerite Duras. Entre outras. A escritora não deve ter ganho prémios com este livro só por acaso. Eu confesso que não o acabei. É uma história autobiográfica de um amor proibido entre uma menina de 14 anos (e meio. Faz diferença?) e um rapaz dez anos mais velho. Não o acabei de ler não porque me importe a diferença de idades mas porque a autora insiste em estar sempre a contar o futuro a meio do livro. Se eu quisesse saber o final saltava as páginas...
Pousei o livro da Marguerite Duras na mesa de cabeceira até o “Animal Moribundo” do Phlip Roth lhe ir fazer companhia uns meses depois. Foi um presente. Comecei a ler com o entusiasmo de quem não lê há meses. Poucas páginas depois descobri que é sobre o amor de um professor de sessenta anos e uma aluna de vinte e quatro. Outra lolita?? O que é isto? É um teste à minha fé no amor dos livros? Ao meu despreconceito? Que falta de sorte.
Não li mais alguns meses. Em cima dos livros na cabeceira pus um livrinho de sudokú que me tem ocupado até dormir.
No outro dia na fnac descobri o último livro do Pedro Paixão. Eu tenho uma paixão por Pedro Paixão. Li praticamente todos os seus livros. Adoro a falta de pontuação, a emoção, a escrita desordenada mas intensa. Acho lindo. Comprei “Rosa vermelha em quarto escuro”. É o primeiro e até agora único, romance do autor. Ponho-o na mesa de cabeceira. À noite começo a ler: “ Soube disto claramente quando disse a Aysha que a amava. Amo-te, disse ela naquela primeira de todas as noites....”...“Amo-te muito. Amo-te toda. Amo-te tanto”. É um bocadinho banal mas não deixa de ser bonito. Mas..ops..a personagem principal não é uma mulher!? Hellooo...é um amor lésbico.
Então quer dizer que Pedro Paixão resolve escrever só um romance e é logo um romance gay? Oscar Wilde não teve já essa ideia??
Será que ninguém pode escrever um livro de um amor entre duas pessoas de idades semelhantes e sexos apostos ?? Não tenho preconceito nem com o amor gay, nem lésbico, nem de idades diferentes nem com amor nenhum. Mas não me imporava de ler um livro desses neste verão.
Por melhores que todos estes livros sejam, por melhores que sejam os autores, realmente não me apetece. Pus o livrinho de sudoku novamente no topo. Será que o amor está em saldos?
falas te sobre livros e mais livros mas em nenhum momento te vi dizer é verdade tenho de emprestar a ANA o livro que lhe prometi..
a pois é...
agora ja mereço bolinho?????????
lol
Ai saldos saldos...eu tb gosto mt dos saldos, mas confesso k me deixam assim a modos que...um tanto quanto...nervoso. Passo a explicar: vejo coisas de que gosto mt, mas NUNCA há o meu número, vasculho a loja toda, pergunto à vendedora se ainda tem o M, na esperança/ilusão/utopia de sei lá...ainda haver em stock, mas não: - "lamento, mas já só temos o s, o L, o xl, e o xxl".
Enfim, bem sei k é um mal comum, toda a gente deve passar pelo mesmo, mas eu acabo por sair dos saldos com uma carga de nervos do tamanho da muralha da China. Se ainda fossem só os nervos..olha paciência, o pior é que eu depois para me confortar a mim proprio pelo tempo perdido, pelo stress de nao ter encontrado nada do k keria, e para nao me vir embora de mãos a abanar, meto-me a olhar para as peças da nova colecção, cujos preços estão pela hora da morte. Moral da história: o saldos a mim saiem-me mt caros!
PS: Miss Shoe Girl, no que concerne a conselhos literários, nao sei se ja leste, mas aconselho vivamente os livros: A Conspiração - de Dan Brown (gostei de todos deste autor, não obstante, este é o meu preferido); A quadriologia As Brumas de Avalon - de Marion Zimmer Bradley; A triologia Sevenwaters - de Juliet Marillier; e O Perfume, a história de um assasino - de Patrick Suskind.
bisous
Yuk
E o livro do Roth é um pouco mais do que isso.
O amor transformou-se. Deixou de estar em saldos para passar a ser um brinde que vem com os cereais.
É engraçado como o mundo é pequeno e mais depressa te encontro na blogoesfera que em Alcobaça ;)
Bjs
F.