Não sei se me partiu o coração mas deixou-me surpreendida encontrar a inspiração para a minha passagem preferida dos Maias, do Eça de Queirós no Madame Bovary do Flaubert.
Presumo que gosto tanto destas palavras que preferia achar que estão sempre na pagina 18 do meu livro, que são só do Carlos e da Maria Eduarda e um bocadinho minhas que as li tanta vezes e não de uma outra pessoa 30 anos de páginas antes. E se Eça fosse designer iam dizer que andava a "picar" o trabalho alheio...

Maias, Eça de Queirós:

"Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam uma existência, a assolam como um furacão, arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos. "

Madame Bovary, Flaubert:
"O amor, pensava ela, deveria chegar de repente, no meio de esplendor e fulgurações - , tempestade celeste que se abate sobre a vida, a subverte, extirpando as vontades como folhas e arrastando para os abismos os corações."