Eu e os meus sapatos primaveris estamos a demorar praticamente 1h de casa à faculdade. Para quem não conhece, nem um nem outro, o caminho é de Alvalade à D.Carlos I. Uma hora interinha. É mais ou menos o tempo que preciso para chegar a casa dos meus pais que é a 100km de distância. Já tentei vários caminhos, este último que um amigo me ensinou consiste num atalho por uma ruelas até à Estefânia, passando pelo Conde Barão e pelas suas lojas "Dadultos", que é o que se pode ler por lá, direitinha ao Rato passando rapidamente pela Avenida. A verdade é que nunca é rapidamente e os atalhos nunca são bem atalhos. Têm sido caminhos alternativos, atulhados de trânsito como a Av. da República ou o Marquês, que me deixam a dizer meia dúzia de blasfémias no meio da cantoria. Resultado: 1 hora de caminho que se transforma em 15 minutos na volta.
Como o tempo nunca é realmente perdido, achei por um destes atalhos este graffiti. Por coincidência, ou não, tinha lido acerca da sua autora há poucos dias. Pode ter sido coincidência, o que é certo é que se não tivesse lido provavelmente não teria reparado. Dá se a conhecer por Maria Imaginário e deixa graffitis deliciosos por Lisboa. Gelados ou bolos a maioria. Não se dá a conhecer porque "primeiro porque os graffitis são algo considerado ilegal, depois porque sou tímida e não me sinto à vontade à frente das câmaras". Pensou em ser pintora e designer gráfica mas acabou por seguir a ilustração. E ainda bem. Os seus graffitis, para além de darem novas cores à cidade, tornam o meu caminho especialmente doce.