a odisseia da tarte

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Ganhei uma batedeira no aniversário. Tentei fazer tarte de limão.
Primeira tentativa: desfiz a bolacha maria, juntei com a margarina e comecei a pôr na tarteira. As quantidades da minha receita davam para metade da minha tarteira e não tinha mais bolacha Maria em casa. Eram dez da noite. Guardei o que tinha feito no frigorífico. No dia seguinte fui comprar o dobro dos ingredientes que pensei que ia juntar ao que tinha feito. Quando retirei a tarteira do frigorífico a mistura estava uma mistela seca dificilmente aproveitável. Comecei do zero.
Tentativa dois: depois de falar da tentativa falhada com as amigas elas sugeriram que usasse antes uma tarteira daquelas que se retira o fundo para desenformar que seria mais fácil. Tive a ideia genial de ir ao chinês comprar uma. Fui para casa muito pimpona, fiz toda a receita com o dobro os ingredientes, sim, porque esta tarteira também era gigante. Foi ao forno depois de duas horas a desfazer bolacha, a misturar ingredientes, a bater claras em castelo perfeitas com a batedeira nova e a deixar uma cozinha repleta de migalhas de bolacha e mil tigelas por lavar. Apesar de ter a bolacha por baixo, a massa começou a cair pelas bordas da forma que pelos vistos não vedava assim tão bem mas ia desenformar que era uma maravilha... começou a cheirar a queimado. Não desesperei, qual Jamie Oliver, pus por baixo da forma papel de alumínio para não verter mais e esperei. A base de bolacha queimou, qual floresta em agosto, a massa nunca viu calor. A forma, a massa, a bolacha, foi tudo para o lixo. As minhas primeiras claras em castelo perfeitas e lindas nunca foram a lado nenhum.
Terceira tentativa: deixo o raio da tarte de limão levar a melhor de mim ou faço um bolo de laranja e deixo as coisas ficar por aí? Vamos à tarte. De volta à tarteira que a minha mãezinha me deu, mais uma cozinha suja, mais migalhas de bolacha, mais raspas de limão, mais uma hora de coração suspenso a ver se a tarte irá sair do forno com vida e as claras irão chegar algum dia a algum lado e voilá: temos tarte! Agora acho que me vou dedicar aos semi-frios que vão só ao frigorífico....